quinta-feira, 13 de outubro de 2016

LIVRO “O HOMEM DA BOCA CERRADA” DE ÁLVARO ARRANJA

O Centro de Estudos Bocageanos acaba de editar o livro do historiador e professor Álvaro Arranja, “O Homem da Boca Cerrada”, sobre o militante anarcosindicalista e resistente antifascista, Jaime Rebelo. 
O lançamento decorreu na Casa da Cultura de Setúbal, em 5 de Outubro de 2016.


Capa do livro


Sessão de lançamento do livro na Casa da Cultura de Setúbal


Sessão de lançamento do livro na Casa da Cultura de Setúbal


Intervenção do Presidente do CEB, Daniel Pires

LIVRO “O HOMEM DA BOCA CERRADA” DE ÁLVARO ARRANJA

O livro do historiador e professor Álvaro Arranja, “O Homem da Boca Cerrada”, é sobre o militante anarcosindicalista e resistente antifascista, Jaime Rebelo.
Jaime Rebelo nasceu em Setúbal a 22 de Dezembro de 1890. Pescador, desde jovem, como era comum na época, vive nos finais do século XIX e inícios do século XX, no momento em que Setúbal se transforma na cidade que mais cresce, essencialmente devido à indústria conserveira.
Tem vinte anos quando é proclamada a República, em 5 de Outubro de 1910. Integra-se no forte movimento sindicalista de inspiração anarquista que cresce em Setúbal, por isso conhecida como a «Barcelona portuguesa». Como militante anarcosindicalista, Jaime Rebelo foi um dos animadores da Associação de Classe dos Trabalhadores do Mar de Setúbal.
Em 1926 a Primeira República é derrubada. Instala-se a Ditadura Militar. Os sindicalistas são agora o inimigo a abater. Mas em Setúbal, nem o medo impede a luta dos pescadores, com Jaime Rebelo em lugar destacado. Em 1931, eclode a greve dos pescadores de Setúbal. Terminada a greve a repressão não tardou a chegar.
Jaime Rebelo é preso. Submetido a tortura, sente receio de não resistir e denunciar companheiros. Então entre o receio de falar e de mutilar-se, escolheu a segunda opção. Cortou a língua. Desta forma já não lhe podiam arrancar nenhuma denúncia.
Perseguido em Portugal, exila-se em Espanha, combatendo nas milícias republicanas durante a guerra civil de Espanha. Está na Catalunha, nos últimos momentos da guerra e acompanha a fuga dos republicanos espanhóis para França.
Depois de passar a fronteira com a França, ficou internado no campo de Argelès-sur-Mer. Quando as tropas de Hitler invadem a França, chegam ao campo de Argelès para recrutar mão-de-obra para a Alemanha. A escolha é entre a Alemanha nazi e o regresso a Portugal.
Escolhe regressar a Portugal. Na fronteira de Vilar Formoso, a PVDE estava à espera.
Peniche, Aljube e Limoeiro, fariam parte do seu percurso nas cadeias de Salazar, embora sem julgamento, nem pena concreta para cumprir.
Em 25 de Abril de 1974, assiste com alegria infinita à revolução, falecendo em Janeiro de 1975.




Álvaro Arranja no Congresso Bocage de 2016

O congresso "Bocage e as Luzes do Século XVIII", organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, o Centro de Estudos Bocageanos e a Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, representa o culminar do programa de um ano de Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage.
Álvaro Arranja apresentou a comunicação «O Centenário de Bocage em 1905» e moderou um dos painéis do Congresso, realizado no Forum Luísa Todi em 12,13 e 14 de Setembro de 2016.


Álvaro Arranja durante a sua comunicação sobre «O Centenário de Bocage em 1905»


                      Álvaro Arranja dirigindo um dos painéis, durante a comunicação de Ana Chora

                                                                                 

O Ministro da Cultura, Luís Castro Mendes. A Presidente da Câmara de Setúbal, Dores Meira. O Presidente do CEB, Daniel Pires e o Vice-Presidente do CEB, Álvaro Arranja.